Minhas memórias
Ah! Como me recordo daquela professora gasguita, vestida com um jaleco branco, deixando aparecer um belo palmo de saia cor de rosa plissada, as pregas arrumadinhas, um tecido fino, aparentando um ar de luxo. Chegava carregada de livros, cadernos, régua na mão.
Mas o que deixou recordação foram os pedidos de redações, quase sempre para abrir ou fechar. O primeiro dia letivo quase sempre iniciava com uma tarefa mais ou menos assim: faça uma redação contando como foram suas férias. Lá se ia eu remexer na memória, sobre o que havia visto, as brincadeiras... O pior era achar a palavra inicial para começar minha história. Depois fluía e danava a escrever...escrever.
A segunda-feira quase sempre a aula iniciava com uma redação. Os temas variavam entre conte como foi o domingo ou fale do passeio que você foi.
Mas quando ia se aproximando a reta final, os temas mudavam. Aí tinha que redigir sobre "a saudade", " o amor", " a felicidade", "o que você pretende quando crescer", etc.
No início bati a cabeça, chorei, mas depois aprendi que para escrever tinha que ter conteúdo, danei a ler, às vezes, já fazia redação antecipada, quando a professora pedia uma redação, já tinha uma noção, era só reescrever. Muitas vezes, fui elogiada, tirava boas notas. Foi assim, que aprendi a gostar de ler e escrever, forçada pelas cobranças de última hora da professora Edna Barroso. Não sei nem se ela ainda vive, mas sei que foram as aulas dela que primeiro me despertou para brincar e jogar com as palavras, dar asas à imaginação e finalmente gostar de ler e escrever.
Maria Madalena Ferraz Martins
Coord. pedagógica do Ensino Médio
Tarauacá- AC
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